
Pensei que não seria capaz, sabes. Marquei-o na mente com um risco. Dei-lhe o nome de impossivel. Desde a primeira vez que esse pensamento tocou o meu eu, desde que, pela primeira vez, deixei que esvoaçasse pelo labirinto das minhas ideias, como as boboletas experimentam as novas asas, que decidi que não iria conseguir. Afastei-o de mim, a esse pensamento rebelde que tentava conquistar-me. Cheguei a gritar-lhe, acreditas?
Tive medo, sim. O novo é algo que sempre nos intimida. Especialmente quando esse novo não nos foi antes apresentado; quando surge sem que nos dê tempo para o projectar. E, como não sou boa a escrever inícios, obriguei-me a por-lhe um fim. Escrevi-lhe um ponto final antes mesmo de ele começar. Mas hoje acordei e senti que me enganara. Hoje pareceu-me possivel esse sonho que andava perdido no vazio na minha íris. Apaguei o risco que com tanto cuidado tatuara sobre ele. E falei-lhe de mansinho para que voltasse para perto de mim. Sim, houve uma altura em que pensei não ser capaz. Mas não hoje. Agora, a folha já não me surge com um ponto redutor, mas sim com um espaço aberto para uma história nascer.
Tive medo, sim. O novo é algo que sempre nos intimida. Especialmente quando esse novo não nos foi antes apresentado; quando surge sem que nos dê tempo para o projectar. E, como não sou boa a escrever inícios, obriguei-me a por-lhe um fim. Escrevi-lhe um ponto final antes mesmo de ele começar. Mas hoje acordei e senti que me enganara. Hoje pareceu-me possivel esse sonho que andava perdido no vazio na minha íris. Apaguei o risco que com tanto cuidado tatuara sobre ele. E falei-lhe de mansinho para que voltasse para perto de mim. Sim, houve uma altura em que pensei não ser capaz. Mas não hoje. Agora, a folha já não me surge com um ponto redutor, mas sim com um espaço aberto para uma história nascer.