sábado, 10 de novembro de 2012

Medo


Hoje duvidei de mim mesma. Receei errar. Tive medo que o amanhã me atirasse ao chão. Que ninguém pudesse encontrar-me. Hoje senti as mãos tremerem quando imaginei o futuro. Tive de recuar alguns passos. Apenas dois ou três, mas os suficientes para voltar a sentir-me segura.
Lembras-te de quando nos encontrámos? Tu estavas também hirto, como se algo ou alguém superior tivesse agarrado os teus movimentos. Como se a tua vida não fosse mais que um filme comandado à distância. Então, cheguei perto de ti e toquei o teu ombro. Tu não te mexeste, mas por dentro voltaste a sentir a vida.
Lembro-me dessa tarde agora. Como se as imagens se repetissem à minha frente. Sei que tudo o que preciso é abrir os olhos e enfrentar a estrada. Mas por enquanto o medo mantém-me quieta, até que, onde quer que estejas, me toques o ombro e caminhes a meu lado.