terça-feira, 6 de dezembro de 2011
It's hard to know where to begin
O vazio.
Pensava que o vazio era a ausência de objectos. A falta de coisas que preenchem os lugares e os tornam habitados. Pensava que era impossível sentir o vazio num lugar onde não falta nenhuma peça.
Pensava que o vazio era quando se mudava de casa e o antigo quarto ficava deserto. Quando o espelho já não reflectia as nossas recordações. Quando só se viam paredes lisas e se ouvia um eco estranho produzido pela ausência de tudo.
Sempre pensei que isso fosse o vazio. Mesmo o espaço, a imensidão do universo me parecia distante desse conceito porque está repleto de estrelas. Vivo. Mas agora, acho que até o Universo pode ser vazio num ou noutro momento.
Até uma avenida movimentada pode proporcionar-me essa sensação.
É que o vazio não é a inexistência de pessoas, vozes ou objectos, mas sim a ausência daquilo que costumava dar a todas essas coisas o seu significado. E sem esse elo de ligação até as estrelas se apagam deixando o céu nocturno profundamente adormecido.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
1 comentário:
o vazio está em nós, o universo está em nós.
Enviar um comentário