sexta-feira, 1 de abril de 2011

DIz-me onde te dói

Diz-me onde te dói. Diz-me qual é o músculo que te massacra, ou a ferida que faz a tua pele arder. Pousa a mão sobre a tua dor. Para que possa também eu chegar lá. Para que possa procurar um remédio que te alivie. Não fiques em silêncio. Eu sei que, algures, uma dor te trespassa o corpo. Podemos partilhá-la. Sim, se me contares onde ela está, talvez possamos parti-la ao meio. Rasgá-la sem piedade para que, a ti, não doa tanto. Aponta-me o lugar onde esse algo, que não sabes explicar, se partiu. Eu sei que encontraremos uma forma de voltar a colar os bocadinhos que se espalharam. Por favor, não contenhas o grito que te causa. Não finjas que não te dói. Eu sei que sim. Mesmo que não possas mostrar-me o sítio exacto onde te magoaste, eu sei que ela existe. Há feridas que a nossa íris não consegue reflectir. Mas tens de me dizer onde se escondeu essa dor que reprimes fechando longamente as pálpebras. Diz-me onde te dói, para que possa trazer o curativo e, assim, levá-la para longe – a essa dor que pousou sobre o teu peito.

3 comentários:

Mário Monteiro disse...

adorei o texto!

Mário Monteiro disse...

visita o blog especialmente às 23h40 e às 2h20 de 14 para 15 de Abril, se conseguires claro. =) e se tiveres facebook e quiseres adicionar este sou eu http://www.facebook.com/profile.php?id=100000530456463 beijokas!

Mário Monteiro disse...

a musica que toca no video que comentaste da vida a bordo é a musica em que ela no inicio vê os destroços e recorda-se dos empregados que lhe abrem a porta do salão de recepção.