sábado, 12 de novembro de 2011

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Quando era pequena, costumava escrever nos postais do Dia da Mãe que tinha a melhor mãe do mundo. E tinha. Posso ter crescido e deixado de lhe escrever essas mensagens, mas nunca duvidei - nem esqueci - a pessoa extremamente bondosa que ela era. Sei que todas as suas virtudes apagam os seus erros.
O que sou devo-o a ti, mãe.

Amo-te.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Medo


Medo.
Sim, às vezes eu tenho medo. Não o digo a ninguém. Fiz desse, um dos meus segredos. Daqueles que não partilho, nem mesmo com o reflexo do espelho, receosa da lágrima que pode surgir do outro lado do vidro.
Perguntas-me porque escrevo. E eu respondo-te que o faço para afastar esse medo que ninguém conhece mas existe. Não sei explicar-te como, mas as palavras que fluem dos meus dedos levam consigo, agarrado aos seus contornos, o medo que, de outra forma, viveria só em mim.
Quando desenho um ponto final ou o prolongo numa vírgula os monstros dos pesadelos surgem mais distantes. Não lhes vejo o rosto assustador. Suponho que se enchem de mochilas pesadas e fogem para longe.
Perguntas-me se sinto medo agora. Respondo-te que sim. Não é que desta vez as palavras tenham deixado de funcionar. Mas é que quando os receios nos preenchem, não basta fazê-los partir, é preciso encontrar uma razão para eles não voltarem.