sexta-feira, 23 de outubro de 2009

To build a home


There is a house built out of stone
Wooden floors, walls and window sills...
Tables and chairs worn by all of the dust...
This is a place where I don't feel alone
This is a place where I feel at home...

Cause, I built a home
for you
for me

Until it disappeared
from me
from you

And now, it's time to leave and turn to dust...

Out in the garden where we planted the seeds
There is a tree as old as me
Branches were sewn by the color of green
Ground had arose and passed it's knees

By the cracks of the skin I climbed to the top
I climbed the tree to see the world
When the gusts came around to blow me down
I held on as tightly as you held onto me
I held on as tightly as you held onto me......

Cause, I built a home
for you
for me

Until it disappeared
from me
from you

And now, it's time to leave and turn to dust........

Letra da música To build a home - The Cinematic Orchestra

sábado, 17 de outubro de 2009

Keane, para lá da música

“When you forget your name … Meet me in the morning when you wake “

Podia ser este o conselho de um velho amigo, as palavras de conforto que esperaríamos ouvir no fim do dia, precisamente daquele dia em que desejávamos desaparecer da mira daqueles que, juraríamos, nos olhavam em cada esquina e tentavam amedrontar-nos.

“Cause everyboy’s changing and I dont’t feel the same”

É o pensamento que saltava na nossa mente e que mais ninguém parecia partilhar. E é nesse momento que abrimos os olhos e percebemos que o conselho estava perdido na melodia de uma música, uma música que, temos a certeza, foi escrita para partilhar aquele momento da nossa vida connosco.
Há músicas que têm esse poder e, Tom Chaplin, vocalista da banda britânica Keane, dá voz a muitas delas. Com um reportório e estilo muito próprio e inconfundível, este grupo presenteia-nos com canções que nos chegam como páginas de um diário musical. Ouvir Keane leva-nos numa viagem pela nossa mente, trazendo à memória as nossas dúvidas, desejos e os medos que, através das letras profundas e intimistas, nos surgem mais claros.
Mais do que fazer-nos reflectir, as suas canções parecem surgir como um sopro de ar, quase como que uma oportunidade para pairar sobre a nossa consciência.
Acompanhado de forma subtil por Tim Rice-Oxley, compositor e pianista, e Richard Hughes na bateria, Tom Chaplin dá a voz – por sinal, uma das mais talentosas do panorama musical – a uma das bandas mais aplaudidas em todo o mundo.
Mais do que estar perante música de qualidade, ouvir Keane leva-nos a estar connosco mesmos, com o íntimo que poucas bandas conseguem tocar de forma semelhante.
Na verdade, caracterizam-se por uma estranha ambiguidade de sentidos: um género leve e ligeiro, pela melodia maioritariamente calma e instrumentos de teclas, mas igualmente profunda e forte, no que respeita ao conteúdo emocional que contemplam; da mesma forma, adquirem um tom reflectivo e, por alguns intitulado, de depressivo devido às letras extremamente realistas e assentes nas ansiedades da consciência humana, e, ao mesmo tempo, de esperança, uma mensagem de esperança sempre implícita quer nas palavras quer nas melodias entusiastas.

“Oh, crystal ball, crystal ball, Save us all, tell me life is beautiful”

Certa é a impossibilidade de ficar indiferente. Existirá sempre uma música de Keane, nem que apenas uma, que nos faça sentir sermos a origem o destino das suas palavras.
E se é verdade que a música tem o poder de nos transformar, a destes britânicos, que iniciaram este projecto há pouco mais de oito anos, reflectem-no na sua totalidade. “What I am isn’t what I was”, cantam em Try again e é a autêntica realidade daqueles que se deixam absorver pelas músicas da banda.
Mas mais que falar sobre eles, é preciso ouvi-los e simplesmente não pensar em nada, deixar que seja a música a pensar por nós, porque no fundo
- “What do I know? I know”

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Ainda, Alice


Hoje pensas ser tudo, amanhã descobres não ser nada - podia ser esta a forma de pensar esta história, mas tenho a certeza que cada um a idealizaria de forma distinta.

Imaginemos...

E se, de um dia para o outro, te esquecesses de quem és? Se não reconhecesses os teus familiares, as pessoas que te viram crescer e aquelas que cresceram por ti? Se não soubesses o teu nome, aquele conjunto de letras que sempre tatuaste no papel?

Como reagirias se desses contigo perdido naqueles lugares onde te habituaste a desenhar a tua sombra, a escassos dez passos de casa? Se tentasses lembrar-te daquela palavra, aquela que, tens a certeza, está na ponta da língua, mas que por uma razão que não aceitas admitir não se atreve a ser soletrada?

Como te sentias se o teu mundo, aquele que sempre te pertenceu, te fosse fugindo das mãos, roubado...por ti mesmo?

Infelizmente não se trata de um retrato de um filme de ficção ciêntifica, nem muito menos Alice, a protagonista, é um caso raro entre milhões. Ainda, Alice é um livro real, uma história viva e impressionante acerca da doença de Alzheimer e da queda pessoal a ela inerente.

É-nos dada a conhecer uma mulher viva, activa, uma guia para os quantos partilham a sua casa e que, dia após dia, se vê confrontada com a perda da sua identidade; uma mulher que em cerca de dois anos não reconhece o seu reflexo no outro lado do espelho.

Mais que uma história, este livro revela-nos uma verdadeira lição de vida, uma oportunidade para pensarmos em tudo aquilo que temos adiado numa esperança da melhor ocasião, aquela ocasião que para Alice já não existe.