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terça-feira, 13 de abril de 2010

"Titanic was called the ship of dreams. And it was, it really was"



Fecha os olhos. Deixa que a música te preencha os sentidos. Sonha. O que é que vês?
É dia 10 de Abril de 1912. São quase 12 horas. o cais de Shouphampton, sul de Inglaterra, está repleto de pessoas, milhares de mãos que erguidas no ar acenam aos amigos e familiares que partem. Encostado à doca, envolto pelo fumo dos carros do início do século e pelo barulho da vida que se move em seu redor está o navio da companhia White Star Line. Basta desviar o olhar para a proa para ler o seu nome. Mas nenhum daqueles que ali se encontram sente essa necessidade. Neste início de tarde solarengo que marcaria a vida de mais de 2500 pessoas todos sabem que o navio que está prestes a fazer-se ao mar é o RMS Titanic.
Pobres esperançosos de uma vida melhor na prometida América; milionários impacientes por porem um pé no interior do maior objecto já construído pela mão do Homem; simples passageiros que foram obrigados a embarcar neste paquete devido à greve do carvão que paralisou grande parte dos transatlânticos. Podem não ter nada em comum. Mas a viagem que hoje iniciam irá criar um laço entre as suas vidas que nunca se consumirá.
Mais de 1500 destes rostos esperançosos nunca regressarão.

Assinalam-se este ano, dia 14 de Abril, 98 anos que esta história foi escrita. Foram apenas quatro dias os necessários para que se tornasse intemporal. Depois de três anos a ser construído, o Titanic viveu quatro dias para mostrar ao mundo que a natureza é mais forte que a vontade e o desejo pelo magnifico.
A viagem de sonho que há 98 anos atrás terminava em tragédia foi a maior lição da história sobre a vulnerabilidade do ser humano. E o que mais me faz pensar é saber que o Titanic continua vivo, “intacto” a mais de quatro mil metros de profundidade, nas águas escuras e geladas do Atlântico Norte, num lugar inóspito, onde toda a grandeza e riqueza dos grandes salões nunca será apreciada, onde os veludos dos sofás não podem ser tocados, e as louças de cristal não servirão ninguém.
Mas ele está lá. Neste preciso momento, enquanto escrevo, ou mais tarde quando reler estas palavras. O Titanic permanece o navio impenetrável para os menos afortunados. Mas há muito mais para além disso. Aquilo que este navio é realmente, isso, será sempre concedido a todos nós. O Titanic é, foi e sempre será o navio dos sonhos, a obra-prima que um dia um homem sonhou – Thomas Andrews – e que escolheu o fundo do mar como único lugar onde todos o podem ter.
Não espero com estas palavras contar a sua história. Até porque isso nunca seria possível em tão resumidas palavras. O que tento é manter viva a lembrança e a verdadeira história que envolve este navio. Para que, no dia em que o Oceano decidir apagar os vestígios da sua presença, o Titanic permaneça vivo num qualquer outro recanto da nossa memória.
Tudo para que, quando as provas físicas da sua existência tiverem desaparecido, o Titanic não se torne uma lenda e continue a alimentar sonhos pela mente dos viajantes do pensamento…como eu.