segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Dream




"Não é que não queira nada do mundo, mas quando estamos sós sentimos melhor o imbativel prazer das formas belas"
Pedro Paixão

Não é solidão. É introspecção. É precisar de um bocadinho longe do mundo. É querer simplesmente que as horas parem e nos ajudem a preparar a próxima inspiração.
Não é egoísmo. É só querermos roubar o mundo um bocadinho para nós, querermos que ele nos ouça e pense connosco.
Não, não é tristeza....É o desejo de um nada. O desejo de sussurrar as vozes que nos interpelam no caminho, sem que as conheçamos. O desejo de podermos ser só nós, por um mero instante... curto, tão curto quanto o é fechar os olhos.
Não é que os outros estejam errados, nem que nós estejamos certos. É só um desejo de não os ouvir, de poder mudar o rumo do caminho....De, mesmo estando a errar, tentar começar de novo.
É só a vontade dilacerante de, por uma vez na vida, ouvir os gritos que o coração cala, dia após dia, para não doer mais.

2 comentários:

Ricardo Pinto disse...

Quando se cresce em condições difíceis, as pessas criam capas, criam barreiras que supostamente as protegem; surge a solidão, o egoísmo e a tristeza; calam-se os gritos do coração e silenciam-se as palavras...

João Carloto disse...

Como tens razao, Rita. Só no silêncio e na solidão nos encontramos realmente. Só nelas somos nós próprios, pois fora delas nada somos senao actores...Nao m canso d dizer, este é mais um texto lindo lindo lindo!!