sexta-feira, 27 de novembro de 2009

What do I know?




Eu sei. Sei que nem tudo será assim. Sei que as folhas deste livro estão por folhear, que são impossíveis de ler, por enquanto.
Eu sei. Sei que nem sempre o ar custará a inspirar, que por momentos ele percorrerá as nossas veias sem esforço e que o sufoco parecerá ter desaparecido.
Sim, eu sei que noutras alturas, outras folhas deste livro parecerão ainda mais sumidas, que a história se mostrará sem sentido. Eu sei…
Sei que um dia a criança que hoje brincava no comboio será uma mulher; sei que essa mulher nunca se recordará do meu sorriso ao vê-la hoje desfrutar da inocência da vida. Mas, por outro lado, eu ficarei com essa flash eternamente, a sua ingenuidade marcou o meu olhar ferido pela crueldade da verdade…a falta de inocência.
Eu sei que será sempre assim. Sei que as lágrimas nunca valerão realmente a pena e o desespero não trará conforto. Sei que os sorrisos marcarão um instante volátil, que serão causa de saudade no futuro.
Sei disso, e tanto mais…Mas mesmo assim, mesmo tendo consciência de que muito daquilo que passa por mim nesta longa caminhada ficará para trás, que muitas das pessoas que reflectiram o meu olhar não se lembrarão dele nos momentos de nostalgia, eu sei que ainda não chegou o momento de descansar à beira da estrada. Sei que devo andar um pouco mais.
Sabes porquê? Porque tenho a vaga sensação de que lá à frente, nesse destino que por agora o nevoeiro me impede de vislumbrar, o que era certo hoje será o desconhecido, e aquilo que julgava impossível tornar-se-á realidade.
Não perguntes o que me leva… A única coisa que te posso segredar é que… eu sei.

1 comentário:

Ricardo disse...

Pelo menos sabes alguma coisa!